quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cemitério da Recoleta, uma aura de arte e transcedência

Visão externa do Cemitério
      
Assim como Buenos Aires é o destino de muitos brasileiros, o Cemitério da Recoleta é uma das principais atrações turísticas da cidade. Inaugurado em meados do século XIX, e cravado nas praças desenhadas pelo arquiteto e paisagista francês Charles Thays, o cemitério é uma espécie de portal entre a vida espiritual e a mundana. Do lado de fora, em sua rua lateral, ocorrem as noitadas nos cafés, pubs e restaurantes. Lá tanto podem ser degustadas umas boas empanadas como uma pizza no capricho. Sempre regados com a melhor cerveja argentina, claro.



      Além do glamour de guardar os corpos de aristocratas e personalidades influentes na História do país, o cemitério é considerado um museu, pois abriga valiosas obras de arte. Na verdade, trata-se de um labirinto de ruas estreitas e lápides de variadas formas, tamanhos e expressões distribuídos em seus quase seis hectares.



      Uma curiosidade para os mais sangue frio é que é possível ver muitos caixões que ficam expostos em suas lápides de vidro, apoiados em bancos de cimento ou carrinhos de metal. Certamente não é como passear em um museu. A depender da vibração e do perfil de cada visitante.



      A lápide mais concorrida é a de Eva Peron. Após sua morte, em 1953, seu corpo foi embalsamado e exposto por alguns dias para os argentinos. Mas após o golpe de estado, ele foi roubado e ficou desaparecido por anos, até ser encontrado enterrado num cemitério de Milão, na Itália. Quem se encarregou de trazê-lo para sua terra natal foi a Presidente Isabelita Perón, então viúva do ex presidente Perón.

Mausoléu da família de Evita

      O corpo de Evita descansa no Mausoléu da Família Duarte e não deixa de causar uma certa decepção aos desavisados que lá encontram simplicidade estética, diante de tantos outros monumentos fúnebres. Nesse cemitério vá preparado para encontrar de tudo um pouco. Afrodite se deparou com uma equipe coreana gravando um take onde um casal de jovens chega falando algo sobre quem foi Evita e a moça deposita um ramalhete de flores na porta do mausoléu. Cena exigentemente repetida umas nove vezes, até que o diretor se deu por satisfeito e outras pessoas puderam tirar suas fotos e prestar suas homenagens.




      O visitante pode encontrar também, ao cair da tarde, um jovem casal de góticos aparecendo de repente daquelas ruelas. Não importa. Só não deixe de ir, pois se não for levado à reflexão, terá boas imagens na memória e na câmera. E, ao transpor o pórtico de colunas dóricas, deixando para trás o mundo dos mortos, não deixe de tomar uma cerveja no Café La Biela, logo em frente, e celebrar a vida que, nessa cidade, torna-se infinita. 






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