quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Grande Monstro Verde

Era uma vez cinco amigas que cursavam a quinta série. Como todas as melhores amigas, elas faziam quase tudo juntas: dançavam, estudavam, dormiam uma na casa da outra... e, na maior parte do tempo, pensavam de maneira semelhante. Eram conhecidas como As Rosas Inglesas.

Tudo corria bem, até que a chegada de um novo aluno na turma veio reacomodar a situação entre elas. O garoto logo despertou a atenção e os cuidados das meninas, de forma que cada uma, de acordo com suas habilidades, procurava cativar a atenção de Dominic, o espanhol recémchegado.

Quando o baile de outono foi anunciado pela professora Fluffernutter, a mais querida por todos por conta de sua criatividade na escola, as turmas da 5ª à 8ª série logo se mobilizaram no ginásio para darem sugestões e ajudarem na decoração da festa.

O monstro verde entra em cena quando Dominic insiste em oferecer ajuda a Binah, das cinco amigas, a que menos se esforçou para conquistar o garoto. A partir daí, questões como insegurança, dúvida, amizade e sentimentos confusos vem à tona. Binah é escanteada pelas amigas, que sofreram o ataque do dissimulado “monstro verde”.

As Rosas Inglesas – Bom demais para ser verdade - é leitura para todos: adultos e crianças, pois trata da condição humana de forma leve e tranqüila. A autora lança mão da metalinguagem, interpelando o leitor com relfexões sobre situações da vida, tornando descontínua a leitura, quase um diálogo com quem está lendo. Como no momento em que descreve o garoto Dominic: “...era, por assim dizer, perfeito. Epa, de novo essa palavra assustadora, ameaçadora, impossível-de-se-viver-de-acordo-com: perfeito.” E até mesmo sobre como escrever seu livro: “...Uma pequena alfinetada de perturbescência (eu sei, eu sei, essa palavra nem existe, mas sou eu quem está contando a história por aqui e posso usar a palavra que quiser).”

Para quem convive com crianças, é um bom mote para iniciar uma conversa sobre os sentimentos que brotam dentro de cada um de nós, a depender das situações. Fala também sobre auto-observação e superação. A mensagem é positiva, sempre no sentido da resolução de conflitos, como bem explica a professora Fluffernutter: “ – Não há problema que não possa ser resolvido... Até as coisas que a gente considera difíceis são bênçãos disfarçadas. Elas acontecem com a gente para que possamos aprender com elas.”

Em uma bela encadernação capa dura e com ilustrações coloridas, delicadas porém marcantes e que terminam fazendo parte do texto, é daqueles livros para ter na estante. E Faz parte de uma leva de cinco livros escritos por MADONNA e que serão abordados aqui ao longo do tempo. Ah, sobre o monstro verde, aqui vai uma dica da autora, na fala da professora Fluffernutter: “- Na próxima vez que sentirem inveja de alguém, tentem ficar felizes pela pessoa em lugar disso. Boas coisas também virão para vocês.”.

Serviço:Literatura infantojuvenil. As Rosas Inglesas. Bom demais para ser verdade. 63 pgs. Madonna. Editora Rocco, 2006. R$ 43,00.