domingo, 31 de março de 2013

Pelas ruas que pedalei


Domingo de Páscoa. Muita gente viajou. Boa parte de quem ficou tratou de desentocar suas magrelinhas e botar na rua. A bicicleta está de volta e passou a ocupar lugar de destaque e respeito no trânsito. Aqui em Recife, o segundo domingo da ciclofaixa móvel teve boa adesão dos ciclistas de carteirinha e dos nubs também.



São grupos de pedal, famílias com seus pimpolhos em cadeirinhas, gente de todas as idades, com destaque para os sessentõoes em plena forma. O sol em Recife não perdoa. Protetor solar, capacete e uma camiseta que proteja são o suficiente para pegar a reta. A reta da ciclovia e da ciclofaixa. A primeira parte, para quem sai da zona Sul, é serpenteada pela praia de Boa Viagem. Coqueiros, pausa para hidratação com água de côco, tudo de bom. A dica é sair cedo, umas 7h/8h, porque com o sol ainda baixo, cansa bem menos.


E, na boa, fazer isso num domingo de Páscoa, para quem já comeu quase um quilo do néctar do cacau, é quase uma redenção. Quatro mil cones e 25,5 quilômetros são o suficiente para aliviar a consciência.


Para os amantes da fotografia, uma parada obrigatória é a Ponte do Pina. Brasília Teimosa ao longe, céu azul e o mar são poesia para quem saiu do universo automobilístico. A experiência vale muito a pena. Uma nova cidade se descortina aos olhos. Quando estamos dentro de um carro, somos limitados em um universo interno, introspecto, como quem observa uma paisagem através da janela. A partir do momento que pomos os pés no chão, o limite é o céu azul, e realmente enxergamos a bela Recife.


Pra descer todo santo ajuda. Passamos pelo Cais José Estelita, com seus antigos armazéns de um lado, e do outro o rio e o mar. Tudo junto e misturado.


A via crucis vem a seguir. A subida do Viaduto das Cinco Pontas. Tem que ter uma perninha, digamos, calibrada para subir sem pedir penico. Mas nada que afaste o sedentário. É só praticar a humildade, desmontar e ir empurrando sua magrela. Tem até umas sombras de árvores para quem está pedindo arrego. É só imaginar que logo cruzará a Ponte Giratória (que não gira há mais de cinquenta anos) e logo estará no Marco Zero da cidade. Uma espécia de marco divisório da ciclofaixa.


Como o período é Pascal, deu pra abiudar os bastidores da cenografia da Paixão de Cristo do Marco Zero.   Pra quem não viu, seguem algumas fotos.





Essa é a hora de tomar um picolé. Vários carrinhos oferecem o geladinho para a pausa. Enquanto isso, admiramos a arquitetura do início do século XX, como a Bolsa de Valores, hoje prédio da Caixa Cultural Recife.


Esse é um bom local para marcar encontro com o amigo que ainda não tem bike. No Porto Leve, Por R$ 5,00, é possível alugar o veículo uma hora e pedalar à vontade.


É hora de se situar, checar se o descanso foi suficiente, olhar o mapa e seguir adiante, pois o Ramal Norte o espera.


Outra ponte e a cidade continua mágica, leve e linda. As paisagens harmonizam o velho, o novo, o rio e o mar.


 Praça da República e Parque Treze de Maio, já mencionadas nesse blog, fazem parte da segunda parte desse roteiro. O ponto final é o arborizado Parque da Jaqueira, cheio de banquinhos à sombra para descansar, curtir a natureza e comer uma boa fruta da estação.



E pra quem ainda tem perna boa, uns trinta minutos de descanso são o suficiente para o percurso de volta. Para quem a essa altura recebe sinal do joelho ou da coluna, liga pra casa e pede um help. Difícil mesmo é escolher qual paisagem é mais bela para postar nas redes sociais.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Só os loucos sabem


Pra quem vivenciou a efervescência musical dos anos 80, ouvir Charlie Brown Júnior era como voltar no tempo e curtir uma banda de rock pop de verdade nos dias atuais!

Infelizmente hoje perdemos o grande artista, a alma da banda. Suas letras como poesia e sua gigante presença de palco enchiam nossos olhos e nossa alma de boa música. Que seu espírito seja bem acolhido do lado de lá.



Agora eu sei exatamente o que fazer
Bom recomeçar, poder contar com você
Pois eu me lembro de tudo irmão
Eu estava lá também
Um homem quando está em paz
Não quer guerra com ninguém
Eu segurei minhas lágrimas
Pois não queria demonstrar a emoção
Já que estava ali só pra observar
E aprender um pouco mais sobre a percepção
Eles dizem que é impossível encontrar o amor
Sem perder a razão
Mas pra quem tem pensamento forte
O impossível é só questão de opinião
E disso os loucos sabem
Só os loucos sabem
Disso os loucos sabem
Só os loucos sabem
Toda positividade eu desejo a você
Pois precisamos disso nos dias de luta
O medo cega os nossos sonhos
O medo cega os nossos sonhos
Menina linda, eu quero morar na sua rua
Você deixou saudade
Você deixou saudade
Quero te ver outra vez
Quero te ver outra vez
Você deixou saudade
Agora eu sei exatamente o que fazer
Vou recomeçar, poder contar com você
Pois eu me lembro de tudo irmão, eu estava lá também
Um homem quando esta em paz não quer guerra com ninguém
Só os loucos sabem. Charlie Brown Jr.