domingo, 11 de março de 2012

O quintal de meu pai e o Melão de São Caetano

A casa de nossos pais tem um sabor especial. E geralmente só descobrimos isso quando nos lançamos mundo afora. Já com nossos filhos, a casa vira a casa dos netos e isso passa a ter uma outra conotação, uma pitada a mais de "especial".
Hoje foi um domingo desses. Vivi a casa de meu pai e a casa dos netos do meu pai. Domingo dia de juntar todos para um almoço. 
Mas antes de chegar ao meio do dia, a manhã começou com tranquilidade. Inspirar ar mais puro, a temperatura aprazível e uma serenidade não sei se na alma ou ao redor da casa.
 Acordar com um quintal para passear. Lembrei-me disso. Um diferencial para quem mora em apartamentos. E não é à toa que tento manter na varanda um pouco do quintal do meu interior. Mas hoje andei por entre as plantas, a goiabeira e os matos, pisando na terra, e revi a rama do Melão de São Caetano.
Quem já teve um quintal, certamente sabe do que estou falando. Aquela raminha delicada, verdinha, com flores  amarelo canário e que, de repente, põem um melãozinho dourado que aos poucos se abre em estrela, com sementes de um vermelho vivo! Posto aqui fotos tiradas in loco!
 Toda essa vibração de cores me levou diretamente ao quintal da casa onde vivi quanto tinha seis anos. Era cheio dessa rama. As flores, eu as achava lindas, mas o que me interessava mesmo era colher os melões. 
No meu imaginário, eram frangos que eu raspava com a faquinha e preparava com temperos de matos e terra, indo diretamente das panelinhas para a refeição de minhas bonecas. Havia também a flor branca silvestre que arrematava o jarro da mesa de refeição.
  A infância tem mesmo cheiro, imagem e gosto. E lá estava eu transportada no tempo, quando olhei mais adiante e vi minha filha com suas panelinhas cheias de sementes, terra e água, preparando o "almoço" daquele domingo. Aí já era hora de separar a louça para a refeição em família.
Da próxima vez que visitar meu pai, não posso esquecer de trazer sementes dessa rama. Vai que dá certo na minha varanda! Precisamos viver arrodeados das boas lembranças.

7 comentários:

  1. Olá irmã! Parabéns pelo texto, nos emocionou. Também me fez sentir o gostinho, meio amargo e meio doce do melão, só não lembrava do nomé dele, chamávamos de balãozinho, lembra? Que bom que não deixou seu talento poético e jornalístico! Beijos, Carmo.

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  2. Irmã querida! Saudades.
    Que bom que gostou do texto. Lembrar dessas coisas é viajar no temo.
    Lembra de quando a gente brincava, brincava e depois saía esfregando as sementes...depois era direto pro banho.
    Grande beijo!

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  3. Por favor, Como se chama a flor branca da foto???

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    1. Olá, Carvalho. A flor branca e simples tem um nome complexo: Turnera subulata.

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    2. Também popularmente conhecida como chanana. http://www.mma.gov.br/estruturas/203/_arquivos/livro_203.pdf

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  4. Menina! Vc não mudou nada! Que saudades me deu do Objetivo em Recife! Que surpresa encontrar vc na Internet!

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  5. P.S. Esqueci de me identificar: Helton.

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