terça-feira, 7 de abril de 2009

Os "não" que a vida dá

É público e notório que nutro profunda admiração pela mulher/cantora/pessoa/ser humano MADONNA. Acredito que ela converge valores comportamentais libertadores. Não é só uma pop star, mas um ícone comportamental, blá blá blá. Mas vamos focar, pois falaria o resto do texto sobre suas qualidades.

O fato é que semana passada a Corte do Malauí negou seu pedido de adoção da menina Mercy, de quatro anos. O fundamento da decisão foi o não preenchimento de um dos requisitos legais que é a residência, pelo adotante, no país há pelo menos 18 meses.

Emerge o debate legalidade X humanidade. Apesar de ter completado 50 anos, Madonna transborda vitalidade física e mental. Tem três filhos, um inclusive malauiano, adotado em 2006. Como seu ex-marido Guy Ritchie declarou, “Madonna é uma mãe fantástica e carinhosa, que se importa profundamente com seus filhos.”

A polêmica surgiu já durante a adoção de David Banda, quando ativistas políticos acusaram a cantora de ter usado sua fama para conseguir adotar crianças no país africano. À época, o requisito da residência foi dispensado. Agora, diante da pressão, o juiz que proferiu a recente decisão afirmou “Eu tenho que negar o pedido de Madonna”. O verbo “ter”, nessa conotação, diz muito.

O coordenador do Comitê de Direitos Humanos do Malauí disse à CNN que a decisão do juiz é “um triunfo para as crianças do Malauí”, pois acredita que a adoção de crianças por pessoas de outros países não é a melhor maneira de prover proteção para a criança. “Elas devem crescer cercadas por sua própria cultura e religião”. Será?
Desde quando crianças em um orfanato vivem melhor do que em um lar com amor e carinho? O pedido foi negado também para evitar precedentes, não abrindo uma porta para o tráfico internacional de crianças. Perfeito. No Brasil, a legislação sobre adoção internacional é rigorosíssima, como tem que ser.

Enfim, perde-se de um lado, ganha-se do outro. A menina Mercy não vai ter a oportunidade que seu conterrâneo David Banda está tendo. Em contrapartida, a Justiça do Malawi ganhou respeito e credibilidade.

Quanto à Madonna, sem dúvida continuará sendo “mãe” de muitas crianças, de muitas idéias e criações. Uma delas é o recente documentário “I am because we are”, que aborda as condições de miséria do povo africano. Ela também mantém a fundação “Raizing Malawi”, além de estar construindo uma nova escola para as crianças africanas.
Como compôs a Diva: “Say what you like/ do what you feel/ You know exactly who you are. The time is right now/ You got to decide/ Stand in the back or be the star.” (Beat goes on).

2 comentários:

  1. Interessante tua argumentação, Creusa! Apesar de achar Madonna muito "mandona", fazendo o "trocadilho", se o próprio Guy Ritchie, o ex dela, diz que ela é uma "excelente mãe", é porque ela deve ser mesmo. Ah, por sinal, vc sabia que ela eh leonina como vc? Daí vem o "power" dela! rsrsrsrs Apesar das minhas críticas em relação à megalomania de Madonna, não nego que a admiro demais, sobretudo porque ela "abriu as portas" para a luta feminista, sem perder sua feminilidade e sex appeal. Viva à Madonna!!!!!!
    Bjãooooo!

    ResponderExcluir
  2. Lu, sabe em que fico pensando? Em quando essa menina crescer e perceber a oportunidade de vida que perdeu em virtude de questões políticas do país. Sim, políticas, porque se fossem jurídicas, não teria havido a primeira dispensa do requisito legal na adoção do primeiro garoto. Engraçado, vc conseguiu definir o que eu também critico nela e não defrinia bem. Ela é megalomaníaca mesmo. Mas se vc ler a biografia dela, entenderá um pouco. Enfim, de perto ninguém é normal. Mas sem dúvida ela e sua filosofia "Express yourself" são de inestimável valor. Bjo grande e saudoso para vc.

    ResponderExcluir