No dia em que o Google homenageou
o 106º aniversário de Simone de Beauvoir, a citação não passou despercebida. Muita
gente entrou no clima e fez sua menção nas redes sociais. Nascida em 1908, na França,
Simone iniciou sua carreira como professora, seguindo como escritora, filósofa
existencialista, assim como seu companheiro Jean Paul Sartre, e um dos
principais ícones do feminismo no mundo.
Simone ensinou que não se nasce
mulher, torna-se mulher. Chamou para as mães a responsabilidade de repetir os
padrões machistas de uma sociedade, ao afirmar que esses valores são repassados
por elas juntamente com o leite materno.
Escreveu ensaios, romances,
monografia e até autobiografia. Mas foi com O Segundo Sexo, obra em dois
calhamaços, volume I e II, que emplacou suas ideias revolucionárias e
filosóficas sobre a condição da mulher, categoria título de seu livro, já que o
primeiro sexo, de acordo com os valores da sociedade, no entender da autora,
seria o homem.
A obra foi lançada em 1949 e faz
uma abrangente análise sociológica, com riqueza de detalhes históricos e
argumentos bem fundamentados, onde desconstrói o biologicismo do feminino e
aponta que tudo é uma questão de construção social e histórica. E de decisão.
À época em que foi escrito, a
mulher ainda se encontrava sob o jugo masculino, porém já com fortes indícios
de participação ativa como força de trabalho e também na vida intelectual. Apesar
de muitos referenciais terem mudado de lá para cá, a leitura ainda é muito
atual, pois não é raro filhos e filhas terem tratamentos distintos dentro de um
mesmo lar. Como também não é raro ainda se ouvir a frase ”mas ele pode, porque
ele é homem”.
Mulher pegadora ainda é piranha.
Homem pegador ainda é garboso. O leite pode ter ficado um pouco mais ralo, mas
ainda continua sendo a maior fonte de energia para que toda essa ignorância seja
perpetuada. Leitura recomendada, principalmente para as mulheres que desejam
ser mães.
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