Há anos não assistia novelas. Fazendo bem as
contas, a última foi O Clone, em 2001. Não por esnobismo intelectual, mas
porque elas viciam mesmo e, quando você vê, já são oito, dez meses de noites e
noites a fio. Confesso que comecei a assistir Amor à Vida por conta do deus
grego Mateus Solano (adooro!). E permaneci por conta do impagável Félix e seu
humor negro. Personagem tão polêmico quanto carismático.
Entretanto, o que observo é que as temáticas
são diferentes, mas todas as novelas globais precisam seguir uma fórmula que,
infelizmente, faz sucesso com os telespectadores: um dos takes indispensáveis é
a surra que alguém vai dar em alguém. Essa inclusive é capa e garante boa
tirada em revistas de TV. O outro item que, ao meu ver, está começando a azedar
a trama é a VINGANÇA, em caps lock mesmo. Não por ela em si, mas pela mão
pesada no ingrediente, com direito a chamada quase conclamando o telespectador
a fazer o mesmo. Vou observar os próximos capítulos para poder concluir se foi
o Félix que salgou a Santa Seia ou se foi o Carrasco que salgou seu próprio
roteiro.