Sobre nossas eternas indagações existenciais - que não são poucas. Uma delas é sobre alguém que nos completa. A panela e a tampa, a xícara e o pires, e por aí vai. Casais, existem muitos. Mas se olharmos ao nosso redor, há de tudo um pouco. Gosto de olhar aqueles que se entrosam, que se entendem. Casais que funcionam. É muito legal. A Cumplicidade e a busca em comum por fazer dar certo, mesmo nas divergências.
A visão espírita sobre a existência ou não da alma gêmea, confesso que a princípio me decepcionou. Mas pensando melhor, é uma visão mais ampla e que abre portas a tantas possibilidades. O Livro dos Espíritos, em formato de perguntas e respostas, trata, nesse ponto, do que ele chama de "metade".
Ao responder se as pessoas caminhariam inevitavelmente para o encontro de sua metade, afirma que não existe união particular e fatal entre duas almas. E que se elas se completassem, separadas seriam incompletas.
Taí, gostei. Não é uma visão romântica, mas um modo de pensar que nos leva à autonomia. Somos um ser inteiro, completo enquanto indivíduo. Embora sociais, concluo. Afinal, poucos temos a aptidão para eremitas.