
Num dia, janeiro. De repente, dezembro e um suceder de ciclos, vezes deliciosos, outras nem tanto. Vida comum de uma pessoa comum, uma filha de Deus.
Atividade física sempre foi importante. Mas e o tempo? Algumas matrículas em academias de ginástica, alguns rompantes de comprar malha nova. Caminhadas, pedaladas. A Yoga preenchia por dentro e por fora. Pilates? Não curti. E o tempo passava, na maior parte acompanhado com o sedentarismo.
Aí veio a descendência e minha filha entrou para o balé. Vieram as aulas, o espetáculo de fim de ano. Realização total! Total? No segundo ano, ela me comunica que não quer mais fazer balé. E essa notícia me atingiu em cheio, como uma lança envenenada no peito! Dramático, né? Pois assim foi.
Foi quando ouvi de uma amiga, que também tem filha que dança, e que também ama a dança, que para evitar um dia esse sofrimento, entrou para uma turma de balé para adultos. É óbvio, quando a gente tenta se realizar através do outro sempre corre o risco de resvalar na frustração.

A escolha da roupa foi engraçada. Comprei tudo preto por achar que não combinava mais com o rosa das meias e saias. Muitos quilinhos a mais dos tempos de leveza, fui à minha primeira aula com a insegurança e a ansiedade de quem vai ao encontro do primeiro namorado. Muita emoção.
E o que posso dizer hoje para quem lê, é que sempre será tempo de realizar aquele sonho adormecido da juventude. Porque na verdade a juventude nunca passa quando nos mantemos vivos de espírito. O corpo pode inicialmente nem acompanhar como gostaríamos, mas somos perfeitamente adaptáveis, e quando se trata de algo para nós prazeroso, não temos idéia do quanto podemos ir além.
Aproveito para postar o vídeo de minha primeira apresentação: uma aula-apresentação realizada no Teatro Barreto Júnior, diante de uma platéia que incluiu meu filho, minha filha que voltou a dançar quando viu minha empolgação, e meu esposo, todos aplaudindo e surpresos com a revelação de uma faceta minha que não conheciam. É sempre bom surpreender, principalmente a nós mesmos.
PS - No video, sou a terceira, da esquerda para a direita, na fila de trás.